Bianca Andrade conta como se desenvolveu como influenciadora e fortaleceu o nome de sua empresa, a Boca Rosa Company
Bianca Andrade, a Boca Rosa, atualmente é dona da Boca Rosa Beauty – linha de maquiagem desenvolvida em parceria com a Payot – e da Boca Rosa Company, holding onde produz todas as etapas de comunicação de suas marcas. Para chegar ao topo e realizar seu sonho de ser dona de um império de beleza, a influenciadora desenvolveu um método próprio de se comunicar com os seus fãs.
No início do mês de abril, Bianca anunciou que, pela primeira vez depois de 12 anos produzindo conteúdo para internet, iria tirar um mês de férias longe das redes sociais. No comunicado, ela contou que iria realizar uma cirurgia e depois ficaria longe das redes sociais e celular.
Poucos dias antes do anúncio, a empresária concedeu uma entrevista ao Meio & Mensagem para falar sobre como o seu trabalho impactou no creators economy e como se desenvolveu como empresária e comunicadora.
Bianca Andrade está há 12 anos produzindo conteúdo para a internet e redes sociais. Começou com tutoriais de maquiagem e tinha como característica usar os batons cor de rosa, que posteriormente dariam o nome ao seu canal e suas marcas. Com o passar do tempo, a influenciadora desenvolveu um método próprio para conversar com os fãs.
“Foi assim que eu comecei me comunicando e conhecendo o meu público, o que eles gostariam de assistir, como publicidade, como projeto, e hoje é tudo criado dentro da minha holding”, diz. Mas para chegar em quem é hoje em dia, Boca Rosa procurou inspirações e estratégias.
Para Bianca é muito importante manter a autenticidade e seu modo de se expressar. Com estilo de humanizar os assuntos e falar de forma direta e sincera com seus seguidores, a comunicadora foi se estabelecendo no mundo da influência. Por isso, dentro da área de comunicação, Bianca Andrade montou uma equipe que, através de sua Company, desenvolve todos os projetos de publicidade, seja de suas marcas, ou de parceiros.
Para esse trabalho, Bianca conta que estudou outras influenciadoras e donas de marcas para entender as estratégias. Uma dessas inspirações foi a jornalista Bruna Tavares, que é uma das pioneiras no ramo de influência e maquiagem no Brasil. Outros nomes citados pela blogueira são as irmãs Kardashian e até mesmo figuras do mercado tradicional de comunicação, como Hebe Camargo e Ana Maria Braga. “Eu vou bebendo de várias fontes. Se eu estou vendo alguém se destacando muito em engajamento nas redes sociais, vou estudar essa pessoa. A mesma coisa acontece em relação, à qualidade de produto”, explica.
Para o lançamento de um projeto ou de um produto da Boca Rosa Beauty, a equipe da Company desenvolve um método para reforçar o engajamento. Por meio de estudos, a holding traça um storytelling em posts (geralmente de contagem regressiva) que visam aguçar a curiosidade dos seguidores, para que eles se interessem em entender o que está acontecendo.
Foi assim com o lançamento das Boquinhas, produto capilar da marca, e da Pink, sua versão digital presente no metaverso. “Tive que estudar para entender como eu conseguiria lançar um produto sendo o rosto, a diretora criativa, a influenciadora que divulga nas redes sociais, que desenvolve e desenha a identidade visual do produto”, diz.
Cada passo da comunicação e da montagem da identidade visual de seus produtos é meticulosamente pensado por Bianca e sua equipe para que os traços de sua história e personalidade estejam presentes. Esses passos foram muito importantes para que a marca de Boca Rosa Beauty conseguisse se consolidar no mercado de beleza, que já era muito evoluído e disputado no Brasil.
A evolução da carreira de Bianca Andrade como comunicadora se mistura diretamente com o desenvolvimento do creators economy, movimento de profissional dos influenciadores como comunicadores, em que esses creators passaram a entender melhor como poderiam precificar e entregar o seu conteúdo.
Bianca acredita que marca, projeto, serviço ou pessoa precisa estar nas redes sociais e pensar numa perspectiva a longo prazo. “Quando uma marca entende isso, ela automaticamente precisa estudar sobre creator economy, como atuar nas redes sociais, marketing digital e em como criar o seu marketing pessoal”, avalia.
Em junho de 2022 vazou o planejamento que Bianca faz para manter o buzz nas suas redes. Por causa dele, Boca Rosa conseguiu explicar como se prepara para fazer com que seus posts alcancem todos os públicos e que isso faz parte de um planejamento de creators economy. “Existe um caminho para todo mundo. Não são só os sortudos que viralizam; é um trabalho e exige estratégia. Se você seguir, terá resultado”, garante.
Bianca também foi percebendo que, além de ser o rosto de várias marcas, poderia desenvolver produtos com sua própria assinatura. Apaixonada pelos bastidores, se identificou com o processo de desenvolvimento de campanhas e layouts.
Depois disso vieram as empresas Boca Rosa Beauty e Boca Rosa Company. Mas, para ter sucesso com sua linha, a nova empresária conta que precisou se especializar. Começou a estudar os caminhos empresariais e fazer mentorias para entender como alcançar o sucesso. “Eu adoro criar projetos e essa paixão me despertou uma curiosidade de entender a internet como negócio e fazer parte da construção dela como um meio empresarial”.
Nessa trajetória, Bianca começou com uma rotina de eventos e lançamentos de produtos, e conta que não tinha o costume de negar nenhuma aparição. “Antes de ser mãe, queria dar conta de tudo, não podia perder uma oportunidade. Lá atrás eu trabalhava igual a uma doida para ter alguém me vendo”. E isso fez com que ela tivesse que reorganizar a sua agenda.
Atualmente, os projetos são bem pensados e a empresária diz ter atingido a maturidade de poder dizer ‘não’ a alguns convites. Junto com sua equipe, cada passo é desenhado e pensado para que cada passo seja organizado e dentro do tempo.
Essa maturidade também se deve ao fato de Bianca ter se tornado mãe. Com dois anos de idade, Cris foi uma mudança de chave para que a empresária e influenciadora prestasse mais atenção a sua saúde. No início, no entanto, a conciliação das atividades foi bem difícil, segundo ela.
“Eu enlouqueci no começo e me culpava por tudo. Se eu estava numa reunião que durou um pouco mais, eu me culpava, porque aquele um pouco mais era o tempo que eu estaria com meu filho. Se eu ficava com ele o dia inteiro, me culpava porque tenho uma empresa que precisava da líder. Como conseguir ter dois papeis tão importantes sem falhar em nenhum deles? Isso foi aprendido com o tempo. Tem momentos que estamos no ápice, tem horas que não. Quando a gente consegue entender isso olhando de fora, nos abraçamos um pouco mais e entendemos que amanhã virá um dia melhor e isso acontece com todas nós”, conclui.