“Especialistas apontam setores que trazem oportunidades para pequenos negócios neste ano.”
Abrir um novo negócio certamente fez parte das promessas de muitas pessoas para começar 2024 com o pé direito. Porém, mais do que a empolgação do momento, uma das principais motivações para começar a empreender vem da escolha do setor mais promissor para atuar. Só em janeiro do ano passado, mais de 350 mil pequenas empresas foram abertas no Brasil, de acordo com dados do Data Sebrae. A maior parte delas optou pelos segmentos de promoção de vendas (5,09%), comércio de vestuário (4,48%), serviços administrativos (3,94%) e de cabeleireiro (3,89%).
Mas, para este ano, vale a pena continuar apostando nas áreas mais visadas em 2023? Especialistas consultados pela PEGN mostram que há mais possibilidades para serem exploradas em 2024. Ideias relacionadas a soluções em sustentabilidade, estratégias para promoção de saúde e bem-estar e ferramentas de tecnologia avançada para otimização dos negócios aparecem como destaque entre as sugestões.
A seguir, confira 7 ideias para empreender em 2024.
Os empreendedores que optarem pelo ramo alimentício têm bons motivos para manter o foco nos produtos relacionados à alimentação saudável. O nicho aparece na lista de apostas para 2024 do Boletim de Tendência Multissetorial do Sebrae, com destaque para os alimentos orgânicos e sem conservantes, glúten ou ingredientes de origem animal. De acordo com Davi Jerônimo, consultor de Negócios do Sebrae-SP, além das vendas dos produtos in natura, a demanda oferece oportunidades para nutricionistas e trabalhadores do segmento gastronômico.
Investir em produtos e soluções para pets também deve estar no foco dos empreendedores em 2024. O setor segue em crescimento e faz do Brasil o terceiro país com maior faturamento neste mercado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Liliane Almeida, professora de empreendedorismo e gestão de pessoas da ESPM, afirma que um pet shop pequeno fatura, em média, entre R$ 60 mil e R$ 100 mil por mês, o que demonstra o potencial dos negócios especializados nesta demanda. “Hoje, o brasileiro gasta muito mais com animais de estimação, tem deixado de ter filhos e, também, tem dado mais atenção ao mercado pet de luxo”, explica.
Segundo dados da plataforma de tecnologia Distrito, a inteligência artificial (IA) já é o foco de 481 startups no Brasil e atraiu US$ 800 milhões (quase R$ 4 bilhões) em investimentos desde 2017. Por isso, os especialistas elencam as ferramentas de IA como um grande trunfo para quem deseja empreender no setor de tecnologia. A sugestão de Jerônimo é o desenvolvimento de mecanismos que ajudem as pequenas empresas a agilizar o processo de digitalização, principalmente para os trabalhadores do ramo de serviços.
“Com a IA é possível aumentar a capacidade de atendimento e a eficiência na gestão dos negócios, além de reduzir custos. E o empreendedor precisa entender como usá-la em benefício da empresa. Então, isso é algo a ser explorado pelo mercado”, diz o analista.
As discussões voltadas ao consumo sustentável na moda estão cada vez mais presentes no mercado, principalmente por causa da agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança). Com isso, a previsão de crescimento para esse mercado é de 15% a 20% até 2030, conforme dados da consultoria Boston Consulting Group (BCG). Para Almeida, este é um cenário promissor para abertura de pequenos negócios voltados para produtos de segunda mão. Ela recomenda, principalmente, a venda de itens para o público adulto.
Segundo Almeida, outro potencial a ser explorado por novos empreendedores é o setor de educação – mas com propostas menos formais. De acordo com a especialista, a audiência para os conteúdos online produzidos durante a pandemia mostrou que as pessoas estão mais abertas a aprender novas habilidades de maneira flexível e alternativa. Por isso, produzir cursos curtos para atender a essa demanda e ensinar habilidades específicas pode ser uma boa aposta. “Muitas pessoas buscam conhecimento alternativo com profissionais e mentores que tenham expertise e um determinado assunto, como aumento de vendas e faturamento”, afirma.
A agenda ESG deve estar no radar de quem planeja abrir um pequeno negócio em 2024. Neste segmento, os especialistas sugerem possibilidades variadas para empreender, que vão desde a elaboração de embalagens sustentáveis até a criação de consultorias para dar suporte às grandes empresas, que são cada vez mais pressionadas por clientes e investidores para ter ações concretas de sustentabilidade.
O empreendedorismo focado em bem-estar está também entre as tendências apontadas pelos analistas. O nicho pode ser explorado com produtos e serviços para melhorar a saúde mental ou a qualidade do sono, por exemplo. “A pandemia mostrou que existe um grande mercado para a saúde, e, no setor de serviços, isso vai crescer bastante em 2024”, avalia Jerônimo. “As pessoas estão buscando uma melhor qualidade de vida e querem serviços especializados nisso” complementa.
Fonte: Revistapegn