Pesquisa mapeou impacto de novas tecnologias no trabalho; executiva da Unentel crê que a ameaça está em não conhecer as novas ferramentas
Mesmo diante da transformação digital e do surgimento de novas tecnologias, a interação humana não será descartada das operações empresariais para 31% dos trabalhadores, de acordo com a Pesquisa Futuro do Trabalho 2024. O dado representa uma queda brusca (em 2023, 47% concordavam que seria impossível substituir essa interação), o que pode ser um reflexo da evolução de interfaces virtuais que simulam o comportamento humano e que estão se desenvolvendo de forma mais sofisticada.
Por outro lado, 77% dos entrevistados discordam que a tecnologia põe em xeque os cargos em que ocupam. O mesmo estudo, por exemplo, mapeou os impactos positivos da tecnologia no trabalho e chegou a três principais respostas: a diminuição de tempo gasto para realização de tarefas (67%), aumento da produtividade (52%) e facilidade para comunicação e atendimento aos clientes (36%), mostrando que a principal função das ferramentas é mesmo aprimorar o trabalho humano, como explica Vera Thomaz, diretora comercial da Unentel, distribuidora de soluções tecnológicas para companhias.
“Nesse novo cenário há, de forma intrínseca, a coexistência da presença humana em meio ao turbilhão de automações e inovações. A ameaça está em não conhecer as novas tecnologias. Considerando que a inteligência artificial (IA) já é uma realidade e que estará cada vez mais presente dentro das empresas e na realização dos processos, é essencial que os profissionais entendam e dominem essas ferramentas para que possam ser incorporadas de maneira eficaz”, analisa.
Embora os avanços tecnológicos tenham possibilitado a criação de soluções que imitam aspectos da interação humana, levando a uma percepção crescente de que certas funções podem ser realizadas por máquinas, Vera acredita que o mercado não chegará a esse ponto. “A presença humana continua sendo insubstituível em algumas situações, como a resolução de problemas complexos que exigem empatia, tomada de decisões éticas e a construção de relações de confiança”, completa.
A executiva reflete que algumas áreas demandam um nível de entendimento e sensibilidade que, até o momento, não pode ser completamente replicado por tecnologias automatizadas. “No passado, era especulado que com o advento da internet, alguns postos de trabalho em larga escala seriam dizimados. Mas percebemos que, em vez disso, novos tipos de trabalho surgiram e a importância da interação humana se reafirmou em funções que exigem um toque pessoal e uma compreensão profunda das necessidades humanas”, conclui.